Eu já fui personagem. Eu já fui real. Hoje estou no caminho entre um e outro. Espaço para devaneios, reflexões, impressões subjetivas, construções meta-teóricas ou apenas uma forma de se aproximar do Real... ou de fugir dele. Literatura outsider, música e paixões.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Notícias
domingo, 25 de outubro de 2009
Nowhere Man
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
I'm Going to Darklands
Darklands | |
Terras EscurasThe Jesus and Mary Chains Album "Darklands", de 1987 | |
i'm going to the darklands Estou indo para as terras escuras | |
to talk in rhyme Para conversar em rimas | |
with my chaotic soul Com minha alma caótica | |
as sure as life means nothing Certo como a vida nada significa | |
and all things end in nothing E todas as coisas acabam em nada | |
and heaven i think E o Céu, eu acho... | |
is too close to hell Fica próximo demais do inferno | |
i want to move i want to go Quero me mover, quero ir, | |
i want to go Quero ir | |
oh something won't let me Oh, algo não quer me deixar | |
go to the place Ir até o lugar | |
where the darklands are Onde ficam as terras escuras | |
and i awake from dreams E acordo dos sonhos | |
to a scary world of screams Para um mundo tenebroso de gritos | |
and heaven i think E o Céu, eu acho... | |
is too close to hell Fica próximo demais do inferno | |
i want to move i want to go Quero me mover, quero ir, | |
i want to go Quero ir | |
take me to the dark Me leva para o escuro | |
oh god I get down on my knees Oh Deus, me coloco de joelhos | |
and i feel like i could die E sinto que poderia morrer | |
by the river of disease À margem do rio da doença | |
and i feel that i'm dying E sinto que estou morrendo | |
and i'm dying E estou morrendo | |
i'm down on my knees Estou de joelhos | |
oh i'm down Estou caído | |
i want to go i want to stay Quero ir, quero ficar, | |
i want to stay Eu quero ficar... |
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Sonho
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Mixtape Contos Neuróticos Cotidianos
Alcoholiday
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Que Pena
Mas eu gosto dela mesmo assim
Que pena, que pena
Ela já não é mais a minha pequena
Que pena, que pena
Um grande amor perdido
Pois ela era uma rosa
As outras eram manjericão
Ela era uma rosa
Que mandava no meu coração
Coração, coração
Eu vou é cantar
Pois a vida continua
E eu não vou ficar sozinho
No meio da rua
Esperando que alguém me dê a mão
domingo, 16 de agosto de 2009
O Jogo (ou a volta da Vida Pôquer)
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
We Carry On
terça-feira, 28 de julho de 2009
04:56 a.m.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Anesthesia
segunda-feira, 6 de julho de 2009
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Here Comes the Sun (It's been a long and cold winter)
domingo, 21 de junho de 2009
Perdas
terça-feira, 16 de junho de 2009
O Mito da Caverna (ou O Estrangeiro)
domingo, 14 de junho de 2009
A Estrada
I might never reach you
Only want to teach you about you
But that's not you
Do you know it's true
But that won't do
Maybe then tomorrow will be Monday
And whatever's in my eye should go away
But still the radio keeps playing all the usual
sábado, 23 de maio de 2009
Lucia
Passamos a tarde inteira em seu apartamento. Céu cinzento, garoa fina lá fora. Quando cheguei Lucia estava só de calcinha, com uma camiseta velha do Sonic Youth. Conhecemo-nos em um boteco que sempre frequento. Estava lá ela sentada, fumando um cigarro atrás do outro, sem perceber as pessoas a sua volta. É difícil definir a relação que tenho com ela. Às vezes nos encontramos e passamos longas horas juntos, conversando sobre qualquer coisa. Outras vezes só transamos. Já tentamos engatar um namoro, mas logo acabou. Não conseguimos superar as diferenças mais básicas. Uma relação aberta que acabou se fechando.
Entrei e me joguei no pufe marrom que fica próximo a uma grande janela. Esta sala tem uma vista maravilhosa do centro de Curitiba. Lucia colocou o cd do Joy Division e eu já sabia: vamos fumar um. Geralmente era a mesma coisa: Joy Division – fumar um – transar – morrer no sofá – transar de novo – sair para comer algo. Mas Lucia conseguia fazer tudo parecer diferente e novo cada vez. Ela tem a pele bem clara, olhos verdes. Um jeito soturno, é o tempo todo séria e as poucas vezes que sorri é magnífico. O que me atraiu nela, de cara, foi uma aparente frieza. Sempre irônica e cáustica com tudo e todos. Ela aparentava ser muito fechada, falava pouco. Eu gostava da forma como se guardava – escondia o jogo.
Sexualmente ela explodia. Aquela menina séria e calada tornava-se uma puta. Lucia gozava de um jeito muito louco. Ela começa a se contorcer e a emitir grunhidos estranhos que vão crescendo até o fim. Parece um animal
Ficamos mais um tempo estendidos por ali e resolvemos sair. Eu adoro rodar pela cidade de carro. Era umas nove da noite, o centro já estava mais quieto. Eu estava louco para tomar uma cerveja, mas não estava afim de ver pessoas. Compramos umas garrafas e decidimos ir ao parque beber. Sentamos em frente ao lago. Caia uma fina neblina nessa hora.
- Por que não demos certo? - Perguntou Lucia. - Nos entendemos tão bem, o sexo é bom.
- Estávamos muito loucos naquela época. Tudo era tão confuso. Você acabara de perder sua mãe. Eu bebendo pra caralho.
- Mas e agora? Por que não ficamos juntos?
- Porque agora nos conhecemos.
Era estranho isso. Mas era real. Enquanto Lucia era um enigma para mim tudo ia bem. Quando comecei adentrar em seu mundo, tudo ruiu. A questão não era sua vida conturbada na época. Era a combinação. Lucia em paz já era um inferno. Sem beber já não sou das melhores pessoas para se conviver. Um tentava segurar as pontas do outro. O que para nós significou: "um controlar a vida do outro". E a liberdade de cada um implodiu.
Senti um tom de tristeza em sua fala naquele dia. Quando voltamos a nos falar decidimos que não iríamos mais tocar no assunto da separação. Mas era inevitável. As lembranças estavam frescas ainda. As brigas, os jogos sexuais que só buscavam auto depreciação. As humilhações. As perdas. Na verdade não sei como conseguimos voltar a se encontrar. Era como um acordo tácito: não podemos ter tudo um do outro, mas não conseguimos ficar sem ao menos uma parte. Era triste, mas era o que restou. Lucia voltou a ser um enigma. E eu a cair fora quando torno-me insuportável.
Trilha Sonora: The Veils: "Lavinia", "The Leavers Dance", "Talk Down the Girl", "The Valley of New Orleans", "Vicious Traditions", "The Nowhere Man" (todas do álbum "Runaway Found" (2004); The Verve: "Valium Skyes", "Numbness" (ambas do álbum "Fourth" (2008).