lembro me agora de minha adolescência perdida. de todas as vezes que vaguei por ai. da minha alma clamando por liberdade. e todas as bebedeiras sem propósito. nunca entendi o que realmente eu queria com a liberdade. sempre utópica, hoje permanece assim, distante. libertar-se de si, que porra é essa quando se tem 13 ANOS? toda essa merda que circula hoje entre o "ser jovem" já existia. na minha pobre incopreensão aquilo não era vida. hoje a glorificação do eterno ser jovem.
que porra era aquela? a vida passava como um filme p/b, algo que hoje não se sabe o que significa. tudo se foi e esvanesceu como um simples bater de asas de uma borboleta... metáfora recente de uma teoria do caos. a vida adulta não se concretizou. os velhos anseios permanecem. aquele momento que se espera que um dia aconteça e que tudo irá se concretizar, continua. o velho cigarrinho. a bera entorpecendo os sentidos, tudo isso permanece. os velhos amigos que se foram. uns encontraram seu rumo, outros estão na procura ainda. mas todos embarcaram nesse rumo sem fim, nessa estrada nebulosa que separa o passado do agora.
aquele velho sonho do prazer a qualquer custo torna-se obscuro. tudo é tão regrado agora. tudo é tão disperso e confuso.
saudades dos tempos de algazarra e loucuras sem preocupação. isso não existe mais, e nem deve-se cogitar sua volta. só eu estou nessa, e nem procuro a nostalgia. somente fico aqui a relembrá-la. bons tempos de doideira. tudo é tão careta nesses tempos neo-globais. fantasmas ressurgem em busca de uma brecha que ficou perdida em tempos remotos e antes inimagináveis. o mundo rodou, os personagens assumiram outros papéis que parecem agora falsos. busca por aquilo que se perdeu numa época em que não se buscava nada, e agora tenta-se recuperar. pobre ilusão. pobre rapaz querendo viver em outros tempos com referenciais antigos.
mas tudo era tão bom. e agora por que não? tirando a minha solidão, por que não?