domingo, 10 de maio de 2015

Thirty-Three


Dedico este texto à mulher de meus sonhos e minha vida, Hildinha, e a minha pequena que está quase chegando, Gabriela.


Trinta e três anos. Uma vida. É o que eu posso afirmar sobre esse tempo que passou. Há alguns anos atrás eu não gostava de comemorar meu aniversário. Era um dia triste. Hoje eu entendo a razão disso. Eu sentia não viver uma vida plena. Não encontrava motivos para comemorar. 

Thirty-Three" é a minha música preferida do Smashing Pumpkins. Marcou um período significativo em minha vida. Justamente na época em que uma sombra tomou conta de mim e os aniversários não tinham graça. Era como se naquele período não houvesse vida. Apenas recortes isolados de felicidade  fugaz permeados por muita angústia. 

Talvez a vida em sua essência seja angústia pura. Mas esta mesma angústia, quando não paralisante, é a base de onde se pode construir caminhos infinitos de felicidade. Basta começar. Às vezes, basta apenas uma chance. Foi o que eu fiz. Eu só precisava de uma única chance para poder ser feliz. E ela veio, no fatídico dia em que eu deixei tudo para trás para viver uma aventura. E eu não tinha a mínima ideia onde aquilo ia me levar. Eu estava indo para "Darklands". E no fim do túnel encontrei uma luz.

A partir daí a vida aconteceu. Muito. Um anjo desses que aparecem somente de vez em quando na Terra surgiu e estendeu sua mão. E logo ofereceu seu coração e todo um universo de possibilidades de ser feliz. Bastava eu apenas aceitar. E demorei um pouco para perceber isso. E aceitei. Hoje estou aqui, ouvindo Thirty-Three e resignificando toda a minha vida. 

Hoje senti-me plenamente feliz e realizado. Um filme passou em minha mente com imagens dessa história que acabo de lhes contar. Fiquei emocionado, pois a vida em cinco anos foi maior que nos vinte e oito anteriores. Não que não valeu a pena, pelo contrário, permitiu agora que eu seja quem sou e em um momento que posso viver tudo isso de forma aberta e espontânea. Sem sombras, sem medos. 

Aquele anjo, não contente com a sua bondade, resolveu presentear-me com uma dádiva. Um novo anjo que irá pintar minha vida com cores fantásticas. Surreais. Irá transformar nossas vidas para sempre. E já mudou. Acordo todos os dias pensando nela. Como será, o que farei. Serei suficientemente bom para ela? Só posso afirmar que dedicarei todos os meus esforços em fazê-las felizes.  Aos trinta e três anos, elas são a minha vida. E agora finalmente plena.