quarta-feira, 19 de abril de 2006

Crônica da Vida-Pôquer

A vida é um jogo de pôquer - pensou Jonas enquanto voltava para casa. Ele sempre teve idéias curiosas dentro de um ônibus. Chegou a essa conclusão ao constatar que havia jogado muito pouco em sua vida. E quando jogou, suas apostas foram mesquinhas. Quantas fichas poderia ter ganho se ao menos tentasse? E quantas perdeu, se no pôquer, independente das apostas, o blind sempre é posto na mesa. Se chamar, pode-se ganhar ou perder, mas se fugir, mesmo assim perde-se o blind. Na vida jogando ou não sempre se perde algo. Não da para ganhar sempre. Fugir do desafio, se por um lado evita-se de perder a quantidade da aposta, por outro não surge a oportunidade de ganhar. Perde-se também a chance de fazer jogadas interessantes. Se o jogador (a) sai com um par de dois e acha pouco, desistindo em seguida, acaba se arrependendo, ao ver que na mesa, saiu outro par de dois. Enquanto isso o outro jogador saiu com um par de ás e se empolgou em apostar ao ver que tinha duas duplas. A aposta estava baixa até aparecer a dupla de dois na mesa. O jogador (a) poderia ter aumentado a aposta e com certeza o (b) pagaria para ver. Essa teoria fazia sentido para Jonas. Ele sempre fugia ao pensar que suas cartas eram baixas, sem valor. Em quantas situações havia fugido sem ao menos esperar as cartas virarem na mesa? Inúmeras vezes perdeu por não se arriscar e, ao somar o saldo de sua vida, havia perdido mais por correr do que em apostas, que talvez poderiam ter dado certo. Apostar na hora certa. Aumentar quando se pode. Correr quando não há possibilidade alguma de se vencer. É isso que Jonas quer agora e que demorou tanto a compreender, após entender que as regras do jogo da vida são como as regras do pôquer.
Trilha Sonora: Drugstore "Sober", "Never Come Down" and "I Know I Could", from White Magic for Lovers' Album.

2 comentários:

Anônimo disse...

oiieeeee....legal seu blog viu
bjusssss

Anônimo disse...

oie

xaw