Trilha para este post:
Como querer adequar-se a um mundo em que tudo torna-se superficial, efêmero e aparente? As formas sobrepõe-se aos conteúdos. Seres humanos ganhando o aspecto de semblantes. Fogem da vivência de uma existência autêntica para assumirem a forma de um avatar, construído apenas com imagens criadas idealmente e constantemente projetadas para o outro observar, desfrutar e logo depois descartar.
Querem ostentar o que não são, apresentar apenas o "seu melhor". Não há espaço nem tempo para erros, defeitos e desvios de uma normalidade rigidamente construída e consumida por todos. Os fluxos constantes de informação virtual sufocam, entopem todos os sentidos com imagens, sons, e todo tipo de dados.
Conectados? Com o quê? À uma nuvem?
Vícios novos, vícios cada vez mais inúteis que já não sustentam o sujeito, o levam a uma autodestruição. Busca-se o sentido onde não há algum. Na tradição, religião, ideologias? Faliram há muito. Ai só há destroços, pequenos suportes frágeis e momentâneos.
O excesso de informação leva apenas a ignorância. Sabe-se muito pouco sobre tudo. E julga-se tudo a partir desta ignorância-pretensa-inteligência. E mais, é obrigatório divulgá-la. "É o meu ponto de vista!". As individualidades exacerbadas diluíram o senso social. Se não se consegue o olhar-para-si-mesmo, imagina para-um-outro? Alteridade? O que é isso?
São apenas os tempos atuais. Fake plastic world.
Trilha Sonora: "Fake Plastic Trees" - Radiohead; The National "Sad Songs for Dirty Lovers" - álbum.
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