Uma vida que não cabe outra vida
Ou que não permite mais outra
Talvez por tanto tempo só
Que não sabe mais reconhecer o outro
Solidão que doía e que
De tanto bater, esvaziou.
Ansiou uma vida nova
Apenas para preencher o que não se tinha
Acostumou com a dor só sua
Imaginava poder abrir uma porta
Que de tanto tempo fechada, travou
Desejo, sonho e reparação
Tentou amar quando já achava poder andar sozinha
E na agonia de querer ser amada
Não pôde amar
Pois amar é doar, não esperar ganhar
Do sonho que virou pesadelo
A constatação de que a ânsia e a solidão
fez do desejo de amor
O não-amor. Desilusão.
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