terça-feira, 22 de junho de 2010

O "Novo" e o "Velho"

Eis que um vazio bate repentinamente. Está certo que de forma diferente. A velha angústia, amiga de tantas outras vezes, já não parece ser a mesma. É algo como uma "parada para reflexão". O que aconteceu nesse tempo todo? Tudo foi tão rápido, tantas mudanças num curto espaço de tempo (quase um ano). A alma que estava desgastada de tanto riscar o mesmo chão se questiona: esse ainda é você? Era tão ruim ser o que se era?

Não. Não era mesmo. Sempre houve algum prazer, mesmo que na dor e na pura angústia. Nos prazeres etílicos, nas entregas ao estupor e aos devaneios. Numa vida que era mais fantasiada do que vivida, e por isso mesmo, de algum modo mais ideal. O real passava pelas bordas, ora assustando, ora apenas sendo negado.

Sou eu mesmo? Sim, sou. Um outro, nunca somos os mesmos. Mas sempre há algo que aponta para uma fixidez, para um traço de ser e existir. E qual é esse agora? Talvez seja essa a pergunta: o que sou de agora que corresponde ao que sempre fui? Volto a me questionar após meses de entrega a vida cotidiana, ao simples viver e deixar viver (let it be). Foi bom? Ótimo.

Mas parece que uma parte de mim precisa ser resgatada, algo que se perdeu em um passado próximo. Mas o que? A reflexão, a angústia, a entrega ao nada. Ainda me incomodo com o controle maior da pulsão, questiono até que ponto isso é meu. Uma vida totalmente correta e espontânea, não era isso que eu queria? E agora, por que a dúvida, a velha interrogação que surge quando menos se espera. Esse é um traço meu, mas já quis tanto tempo livrar-me dela. Mas ela surge toda vez para demonstrar que ela é parte daquilo de mim que não posso simplesmente me livrar. E tome Sigur Rvòs novamente!

Trilha Sonora: Sigur Ròs "()".

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