domingo, 20 de junho de 2010

Bruno e o Sonho

Todos estavam lá. Seria o Dia das Mães? Cada um com sua lata na mão, uma leve alegria. Papo com um primo, uma piada do tio. É o Bruneco! - " Quanto tempo não te via rapaz, que saudades!". Alguns goles de cerveja. Todos riem. A Vó tá quieta, mas parece feliz. Luizão e Reinaldo discutem política perto da churrasqueira onde Pudim assa carne. Tio Chico vai buscar um cd pra melhorar o clima. Cami traz um tubão fortíssimo e me oferece. Pequeno manda um gole e brinca. As tias conversam na cozinha enquanto a Vó termina a maionese. Chega Zu e Celso com a estrela da festa: Caio - todo lindo com sua roupinha de bebê. É um domingo delicioso, nada diferente, mas tudo como deveria ser. Eu converso com Bruneco, ele está do mesmo modo de sempre: animado, carismático, sorridente.
- Luiz, o Bruno tá morto cara.
- O quê?
- Ele tá morto, isso é um sonho.
Dor. Todas as imagens somem num redemoinho. Eu desperto em pranto. Lágrimas escorrem. Cadê você Bruno? Por que sumiu assim? Eu queria tanto que aquilo não fosse um sonho. Por um minuto eu vi ele novamente. Fazia tanto tempo que não o via, e a última vez foi aquilo? Só posso pensar uma coisa disso, que somente assim consigo lembrar dele, seja em sonho, seja em memória: alguém vivo, acima de tudo alegre, parceiro. Que sonho doloroso e doce ao mesmo tempo, por segundos vi ele novamente vivo ali, como em uma cena que vivi várias vezes, como todos os Dias das Mães que ele tava lá, e que eu achava mais um dia comum. Agora lembrarei como um dos poucos dias do ano que eu o via, e como era bom... Como era bom ter você lá primo.
Saudades.

"My drive is so far away..." - Blue Thunder, Galaxie 500.
"How we break each other's house, isn't it a pitty?" - Isn't it a pitty?, Galaxie 500.

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